SINJUS REPUDIA VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO E RAÇA NO SENADO FEDERAL
quarta-feira, 28/05/25 18:09
O Sindicato dos Servidores da Justiça de 2ª Instância do Estado de Minas Gerais (SINJUS-MG), por meio do Núcleo das Mulheres, manifesta solidariedade e apoio à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, diante do episódio lamentável e inaceitável de violência política de gênero e raça ocorrido durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, nesta terça-feira (27/5).
Marina Silva, mulher negra e referência mundial na pauta ambiental, foi alvo de ataques misóginos e racistas por parte dos senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Plínio Valério (PSDB-AM), que ultrapassaram todos os limites da divergência política e demonstraram desprezo pelo diálogo democrático e pela presença de mulheres — especialmente mulheres negras — nos espaços de poder.
O que aconteceu com a ministra não é um caso isolado. É reflexo de uma estrutura de poder ainda marcada pelo machismo, pelo racismo institucional e pela tentativa de silenciar mulheres que ousam ocupar espaços de liderança.
Durante sua participação na audiência, Marina lembrou que “o licenciamento ambiental é uma conquista da sociedade. Neste momento, só o povo brasileiro pode evitar esse desmonte. Eles [os parlamentares] pensam que estão agredindo uma pessoa, mas estão agredindo um povo.” A ministra foi interrompida, desrespeitada e tentaram calá-la — mas ela não se calou.
Marina disse então que só continuaria na comissão se houvesse um pedido de desculpas. Plínio se recusou e disse “A mulher merece respeito, a ministra, não”. A frase evidencia a tentativa de separar identidades que coexistem e fortalecem a trajetória da ministra.
Marina Silva é um símbolo de resistência, ética, compromisso com o meio ambiente, com os direitos humanos e com o futuro das próximas gerações. Em apenas dois anos de gestão, sua liderança foi decisiva para a redução de 46% do desmatamento na Amazônia, dado que deveria ser celebrado — não atacado.
O SINJUS-MG repudia os ataques sofridos pela ministra, somando-se às vozes que exigem responsabilização dos parlamentares agressores e reforçando seu compromisso com uma sociedade que respeite as mulheres em sua diversidade, combata todas as formas de violência e garanta igualdade de participação política. Porque lugar de mulher é onde ela quiser — inclusive, e sobretudo, nos espaços de decisão.
Diretoria Colegiada do SINJUS-MG