O Congresso que não representa o povo
sexta-feira, 19/09/25 16:10
Em vez de se dedicar às pautas que realmente interessam ao povo brasileiro, como geração de emprego, valorização dos trabalhadores, combate à corrupção e fortalecimento dos serviços públicos, parte dos componentes da Câmara dos Deputados insiste em caminhar na contramão da história e prioriza pautas que garantem impunidade, tanto de parlamentares e dirigentes partidários, quanto de criminosos que atacam o Estado Democrático de Direito. A Casa, que deveria ser do povo, ao aprovar pautas inescrupulosas abre um perigoso precedente para que o crime organizado se consolide ainda mais nas estruturas do poder, a exemplo da aprovação da urgência da votação da anistia e da PEC da Blindagem. Essa postura faz com que o Congresso Nacional caminhe para ser lembrado como o pior da história recente.
O Parlamento, que deveria ser instrumento de transformação social, tem se desfigurado e dá espaço para que interesses particulares, de uma parte do Congresso, fiquem acima da soberania popular. Essa escolha corrói a confiança da população nas instituições e atinge em cheio a nossa democracia. Ao invés de representar o povo, muitos parlamentares atuam como guardiões de privilégios e da impunidade.
São muitos os desafios da sociedade brasileira rumo à justiça social, e o fosso entre ricos e pobres só aumenta. Segundo dados do IBGE divulgados pela Oxfam Brasil, o Índice de Gini do Brasil é de 0,543, mostrando que a desigualdade ainda é alta. Esse número mede como a renda, a riqueza e a educação são distribuídas no país, e quanto mais perto de zero, melhor. Assim, não entendemos, definitivamente, como, neste cenário, a Câmara dos Deputados, que deveria representar os interesses reais do povo, possa estar tão desconectada da realidade. E essa desigualdade no Brasil vem desde o período colonial, com influência da escravidão e da divisão de terras, e hoje é agravada por problemas como racismo, desigualdade entre homens e mulheres, impostos altos e uma estrutura social injusta.
É hora de a sociedade civil organizada, os sindicatos, os movimentos sociais e todos os cidadãos conscientes se unirem contra a tentativa de institucionalizar a impunidade. O Brasil precisa de um Congresso comprometido com a justiça social, a igualdade e a ética, e não de representantes que fazem do Legislativo um reduto de privilégios e traição ao povo, pois o que se espera é que legislam em favor do povo, e não que se torne um refúgio para aqueles que querem escapar das consequências de seus atos.
A Coordenação Colegiada da Fenajud reafirma, publicamente, seu repúdio a todos os retrocessos pretendidos pelos parlamentares, incluindo a reforma administrativa que pode minar o acesso às políticas públicas, e convoca a sociedade civil organizada a resistir a essas investidas. O Brasil não pode tolerar que seus representantes transformem o Parlamento em um espaço de privilégios e impunidade. A democracia exige vigilância, mobilização e coragem para enfrentar aqueles que, em nome do poder, viram as costas para o povo.
Fonte: Fenajud