ELITE JÁ ARTICULA BLINDAGEM, E REFORMA ADMINISTRATIVA DEVE RECAIR SOMENTE SOBRE A BASE DO FUNCIONALISMO
terça-feira, 04/11/25 15:18
Enquanto o discurso dos deputados federais tenta vender a Reforma Administrativa como um “fim dos privilégios”, nos bastidores de Brasília a realidade é bem diferente. Juízes, procuradores e parlamentares, justamente os segmentos do serviço público que concentram os supersalários e os penduricalhos, já estão se articulando com o relator da proposta, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), para garantir que o texto final preserve seus benefícios e mantenha intocadas as estruturas de poder dentro do Estado.
Recentes reportagens publicadas em veículos de imprensa, como CartaCapital e Gazeta do Povo, noticiam que integrantes da cúpula do Judiciário e do Ministério Público vêm realizando reuniões com o relator e com lideranças do Congresso para assegurar que eventuais mudanças nas carreiras não atinjam magistrados e procuradores. Essas articulações vêm ocorrendo de forma discreta, mas intensa, sob o argumento de que o sistema de Justiça tem “características específicas” que justificariam tratamento diferenciado.
“Enquanto a base do funcionalismo é tratada como custo pelos políticos, que se recusam a analisar os impactos diretos que a Reforma Administrativa terá para a população, juízes e desembargadores são recebidos com tapete vermelho nos gabinetes do Congresso”, denuncia o coordenador-geral do SINJUS-MG, Alexandre Pires.
Dois pesos e duas medidas
Na mídia, os deputados que assinaram a proposta da Reforma Administrativa têm usado a narrativa de acabar com privilégios, mas, nas conversas reservadas dentro dos gabinetes do Congresso, o que se desenha é justamente o contrário. Ao longo da tramitação, a proposta tende a ser modificada e passar a concentrar os efeitos mais duros sobre servidores da base, especialmente das áreas da Educação, Saúde, Segurança, incluindo os assistentes sociais, os oficiais e analistas judiciários, que representam a maioria dos trabalhadores do setor público. São esses profissionais que lidam diretamente com a população e que sustentam a prestação dos serviços essenciais à sociedade.
“A Reforma não vai atacar privilégios, ela os consolida ainda mais. Querem desmontar as carreiras de base, precarizar vínculos e retirar direitos, enquanto a cúpula permanecerá protegida, blindada. Esse modelo reforça desigualdades, desmotiva o servidor público e enfraquece a capacidade do Estado de atender a população com qualidade que a cidadã e o cidadão merecem”, afirma o diretor de Assuntos Jurídicos do SINJUS, Felipe Rodrigues.
O Sindicato alerta: essa tática já é conhecida. A elite do serviço público se blinda primeiro, e o ônus da “reforma” recai sobre quem ganha menos.
Faça sua parte! Pressione os deputados nas redes sociais
O momento exige mobilização total da categoria. Enquanto a elite do funcionalismo atua silenciosamente nos bastidores para se proteger, cabe à base fazer barulho e mostrar força nas redes sociais. Cada servidora e servidor deve cobrar publicamente os parlamentares mineiros para que não compactuem com uma Reforma Administrativa que pune quem trabalha e preserva quem já tem privilégios.
Para facilitar essa ação, o SINJUS elaborou uma página especial com os links diretos para as redes sociais de todos os representantes mineiros na Câmara dos Deputados. Ao clicar para ser direcionado aos perfis, uma sugestão de texto já é copiada automaticamente para a sua área de transferência, pronta para colar e enviar como mensagem ou comentário. É simples, rápido e pode fazer a diferença na pressão popular contra a Reforma Administrativa. Faça a sua parte! Reaja à Farsa da Reforma Administrativa!
SINDICATO É PRA LUTAR!



