NM FORTALECE A LUTA CONTRA AS VIOLÊNCIAS INVISÍVEIS EM RODA DE CONVERSA
sexta-feira, 08/08/25 18:18
O Núcleo das Mulheres (NM) do SINJUS-MG se reuniu em mais uma edição do Papo Aberto, na última quarta-feira, 6 de agosto. No mês do enfrentamento à violência contra as mulheres, as integrantes partilharam experiências e compreensões sobre as diversas formas de violências invisíveis sofridas pelas mulheres, buscando meios de fortalecimento coletivo em um ambiente seguro e sem tabus.
Conduzida pela psicóloga Cláudia Natividade, especialista em Psicologia Social e Violências de Gênero, o encontro foi iniciado com uma dinâmica. Frases frequentemente ouvidas no cotidiano foram lidas em voz alta, e as participantes se posicionaram pela sala conforme o grau de concordância com cada enunciado. A proposta, além de provocar reflexões individuais, revelou padrões coletivos de comportamento e percepção.
Diante das reações, as integrantes se reuniram em uma roda de conversa sobre os mecanismos sutis de violência estrutural que operam de forma quase invisível nas relações familiares, afetivas e profissionais. Durante o diálogo, a psicóloga convidada reforçou que, como se disfarçam de tradições, afeto ou “papéis naturais” do feminino, as pequenas formas de agressão sequer são nomeadas como tal, mas geram grandes feridas na liberdade feminina.
“Nomear essas violências é fundamental. A ausência de marcas visíveis muitas vezes leva à naturalização de dinâmicas abusivas e à invisibilidade do sofrimento feminino. Por isso, a nossa ideia é ampliar o acesso à informação e viabilizar transformação!”, compartilhou a coordenadora do NM, Janaína Torres.
Sobrecarga no cuidado
Um dos pontos centrais do encontro foi a reflexão sobre o abuso da capacidade feminina do cuidado. De forma recorrente, as mulheres são colocadas na posição de responsáveis naturais pelo bem-estar de seus filhos, companheiros, pais e até colegas de trabalho. Essa expectativa não apenas define escolhas, mas também gera sobrecarga mental, emocional e física, muitas vezes silenciada sob a ideia de que as mulheres estão mais aptas para assumir esses papéis.
Cláudia Natividade conduziu a discussão, direcionando o debate para as nuances da responsabilização feminina por questões como a divisão das tarefas da casa, organização de compromissos familiares ou pela gestão emocional dos conflitos, mesmo quando há outras pessoas adultas e capazes ao redor.
As participantes compartilharam experiências pessoais e refletiram sobre as consequências dessa violência cotidiana, abordando a culpa por não dar conta de tudo, o cansaço crônico, a dificuldade de se priorizar, a cobrança social para ser “forte”, “organizada” e “maternal” o tempo inteiro.
“Essa temática tão importante surgiu como sugestão das
próprias integrantes do NM, e o debate coletivo sobre as violências invisíveis que enfrentamos foi essencial para que possamos reconhecer essas estruturas, romper com elas e construir relações mais justas e saudáveis”, reforçou a coordenadora do NM, Adriana Teodoro.


Integrantes do Núcleo das Mulheres.
Mais que resistir, é preciso transformar. Por isso, o Núcleo das Mulheres do SINJUS segue firme em seu propósito de construir espaços de escuta, conscientização e ação política no enfrentamento das múltiplas formas de violência de gênero, sejam elas visíveis ou não.
O Papo Aberto é uma iniciativa exclusiva para integrantes do NM, que visa fortalecer vínculos, promover a saúde mental e gerar reflexão sobre o tipo de sociedade que desejamos construir. Se você é filiada ao Sindicato, mas ainda não faz parte do Núcleo, clique aqui e inscreva-se!