PEC 32/2020

CPI REFORÇA IMPORTÂNCIA DA ESTABILIDADE DO SERVIDOR

segunda-feira, 28/06/21 18:21

A sessão da CPI da Pandemia realizada na última sexta-feira, 25 de junho, ouviu o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Eles fizeram denúncias que vão contribuir com as investigações do possível caso de corrupção envolvendo a importação da vacina indiana Covaxin. A reunião serviu não apenas para trazer à tona o esquema, mas também para provar, para quem ainda tinha dúvidas, que a estabilidade não é um privilégio do servidor público e sim uma proteção do interesse de toda a população. O ocorrido reforçou a necessidade de se preservar esse direito que está sendo ameaçado com a Reforma Administrativa (PEC 32/2020).

Durante seu depoimento, Luis Ricardo Miranda contou que, durante a análise dos documentos no processo de compra da Covaxin, foram encontradas informações divergentes das contidas no contrato original firmado entre a Bharat Biotech e o Ministério da Saúde. A denúncia foi levada ao presidente Jair Bolsonaro, que citou o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR) como suspeito de ser o mentor por trás das supostas irregularidades. O Planalto nega as acusações. Desde então, o servidor e o irmão passaram a ser ameaçados pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e pelo assessor da Casa Civil Élcio Franco.

O servidor deixou claro que só teve coragem de denunciar a questão por conta da estabilidade, que o protege da demissão ou de uma possível retaliação. “Meu cargo não é indicação política. Não sou filiado a nenhum partido. Meu partido é o SUS. Minha função é trabalhar para que os insumos e vacinas cheguem de maneira mais rápida possível aos braços dos brasileiros, realizando toda parte de importação e de desembaraço o mais rápido possível. Trabalho em defesa do interesse público”.

Vale lembrar que a Reforma Administrativa (PEC 32/2020) pretende acabar com a garantia de estabilidade dos futuros servidores públicos, mantendo o direito apenas para as carreiras de Estado. Atualmente a PEC está sendo analisada por uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados.

Por conta dos últimos acontecimentos, o deputado Luis Miranda, que também depôs na CPI, disse que mudou de ideia sobre a PEC. “Depois do que fizeram com o meu irmão, queria dizer para todos os servidores públicos, principalmente aqui do Distrito Federal, que se sintam abraçados porque a partir de agora sou contra a Reforma Administrativa porque se não fosse a estabilidade o meu irmão não estaria aqui sentado, com a coragem que ele tem, de denunciar isso tudo que está ocorrendo. A estabilidade, para o funcionário público, é a garantia de que eles não podem ser coagidos como o ministro Onyx Lorenzoni tentou fazer”.

Desdobramentos

A sessão da CPI foi apenas um dos acontecimentos que reacendeu as discussões no Congresso sobre a estabilidade no serviço público. A garantia também protegeu o delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas. Em abril, ele enviou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) com denúncias de organização criminosa, advocacia administrativa e obstrução de fiscalização por parte do até então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. As denúncias resultaram em uma investigação e na renúncia do cargo pelo chefe da pasta.

“Esses dois fatos recentes reforçam a importância da estabilidade dos servidores públicos. Eu apresentei um requerimento, convidando o servidor Luís Roberto Miranda e o delegado Alexandre Saraiva, para irem à Comissão Especial da PEC. Suas experiências com as denúncias vão contribuir com as discussões. O fim da garantia da estabilidade sempre foi um ponto criticado pela Oposição e agora a luta começa a ganhar novos aliados”, afirma o coordenador da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).

A Frente Parlamentar Mista do Serviço Público já havia protocolado uma emenda à PEC na última semana para que as políticas sociais sejam reconhecidas como atividades típica de Estado.

Mobilização

Em uma articulação com a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud) entregou, no início do mês, um abaixo-assinado contra a PEC 32/2020 ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Os dirigentes e os parlamentares pediram que Lira suspenda a tramitação da PEC enquanto perdurar a pandemia.

Um dos argumentos é que a proposta traz mudanças profundas para serem aprovadas sem uma ampla discussão que precisa envolver todos os interessados. Outro ponto é o fato de que a PEC traz, sim, impactos para os atuais servidores. “Todas as categorias estão empenhadas em esclarecer o que está em jogo. Os atuais servidores correm risco já que há violação da segurança jurídica e ao direito adquirido, resguardados pela Constituição. A conscientização da população sobre os impactos começa a trazer resultados, mas a luta só vai terminar quando a proposta sair de pauta”, explica o coordenador de Assuntos Jurídicos da Fenajud, Alexandre Pires, que também é o o coordenador-geral do SINJUS-MG.

 

 

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