REVISTA DO CNJ

ARTIGO DESTACA NECESSIDADE DE EDUCAÇÃO DE GÊNERO NO JUDICIÁRIO

segunda-feira, 21/03/22 19:04 Foto de um grupo diverso de pessoas encostando suas mãos no centro de uma roda em sinal de união.

Foto: Freepik

Educar profissionais que operam o Sistema de Justiça para, assim, conseguir tornar cada vez mais eficaz o trabalho contra a violência de gênero e contra as desigualdades sociais. Isso é o que propõe um dos artigos publicados no Volume 2 da 5ª edição da Revista Eletrônica do Conselho Nacional de Justiça (e-Revista CNJ).

As três autoras do texto “A necessidade de educação em gênero e interseccionalidades no Sistema de Justiça” mostram que, apesar dos avanços da Constituição de 1988 e das proteções jurisdicionais que foram sendo implementadas ao longo dos anos – como por exemplo as Leis Maria da Penha e a do Feminicídio – a realidade social ainda é machista e patriarcal e reflete a desigualdade entre homens e mulheres nas instituições brasileiras. Estas, por sua vez, acabam enfatizando as diferenças de poder e as desigualdades, em espaços que deveriam combater estas violações.

O artigo trata ainda da das microagressões – espécie de violência velada na forma de pequenos insultos, gestos discriminatórios e preconceito estruturado em estereótipos. Essas ações permitem a perpetuação da desigualdade e a reafirmação das diferenças de status social entre grupos.

As pesquisadoras Tacyana Karoline Araújo Lopes, Silvia Batista Rocha Machado e Ana Paula Souza Durães explicam que posicionamentos machistas dos operadores da Justiça formulados em processos, em diferentes instituições, também ajudam a perpetuar a violência contra a mulher, em situações e lugares em que seus direitos deviam ser resguardados. Segundo as autoras, é preciso enxergar que alguns contextos culturais, institucionais e estruturais de violação, parecem condicionar a dignidade da pessoa humana apenas ao sexo masculino.

E, a partir desse pressuposto, é necessário que os operadores do Sistema de Justiça conheçam esses debates e levem em consideração as desigualdades sociais, estruturais e institucionais presentes na estrutura social brasileira. “Ainda é preciso que esses atores continuem preocupados e se posicionem de maneira técnica, mas que a técnica não seja alheia à realidade social”, ressaltam no texto.

As autoras do artigo ainda lembram que, apesar de a Constituição Federal não contemplar a palavra gênero, ela afirmou que “o princípio da dignidade humana determina que o dispositivo seja interpretado de maneira a abarcar a igualdade não só ao sexo, mas a todas as possibilidades de performances de corpos, incluindo pessoas que se identifiquem com outras identidades de gênero”.

Dessa forma, as autoras discutem a necessidade de formação dos operadores sobre o tema e sobre os desafios sociais enfrentados pelas minorias, como elemento importante para alterar as culturas organizacionais que reproduzem machismo e, assim, promover uma justiça melhor e com mais respeito à dignidade da pessoa humana. Neste cenário, elas ressaltam que uma educação em gênero e interseccionalidade, somada à efetividade de dispositivos legais antidiscriminatórios, facilitaria a construção de uma sociedade mais igual e justa.

Fonte: Agência CNJ de Notícias – Repórter Maria Ferreira (sob supervisão de Thaís Cieglinski)

Notícias relacionadas

Fundo em tons laranja e roxo, com um notebook aberto e na tela a nova página do Núcleo das Mulheres no site do SINJUS-MG. Ao lado no notebook há um selo do 8M 2022 (em referência a 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres) e a logo do Núcleo das Mulheres.
(IN)FORMAÇÃO SINJUS LANÇA PÁGINA EXCLUSIVA À LUTA FEMININA, UMA LUTA DE TODOS segunda-feira, 07/03/22 15:35 Dando início às homenagens do dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, o SINJUS-MG lança, em seu site, a página do Núcleo das Mulheres. A partir de hoje, todas as mulheres, em especial as guerreiras do ... leia mais

Últimas notícias

ver mais
A imagem mostra dois homens de terno conversando sentados em poltronas pretas em um escritório. Sobre a mesa à frente, há pilhas de livros e copos de água. Na parte superior da imagem lê-se “Igualdade Racial”. IGUALDADE RACIAL Fenajud enfatiza pauta antirracista no Poder Judiciário junto ao Executivo e Legislativo quarta-feira, 20/08/25 19:11 Uma série de agendas institucionais, com o objetivo de ampliar o debate sobre a ...
Imagem Acessível: A imagem mostra uma sala iluminada, com diversos integrantes do NAP sentadas em cadeiras organizadas em fileiras. A maioria mantém os olhos fechados e postura relaxada, participando de uma prática de respiração consciente. No topo da imagem, aparece o título: “NAP promove encontro sobre respiração consciente e qualidade de vida”. BEM-ESTAR NAP PROMOVE ENCONTRO SOBRE RESPIRAÇÃO CONSCIENTE E QUALIDADE DE VIDA quarta-feira, 20/08/25 17:45 Em busca de ampliar os conhecimentos e promover o bem-estar dos seus integrantes, o ...
Imagem Acessível: A imagem mostra a foto do prédio do TJMG vista de baixo para cima, com a logomarca “Promoção Vertical PV 2023” em destaque na fachada. Sobre a imagem, está escrito: “TJMG anuncia novas vagas na PV 2023, mas SINJUS considera número insuficiente e seguirá na luta”. CARREIRA DO SERVIDOR TJMG ANUNCIA NOVAS VAGAS NA PV 2023, MAS NÚMERO É INSUFICIENTE E SINJUS SEGUIRÁ NA LUTA quarta-feira, 20/08/25 12:59 O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) publicou, no Diário do Judiciário eletrônico ...

Convênios

ver mais
Dentista Ana Carolina Carvalho Odontologia Castelo . Belo Horizonte (31) 993885266 Até 15% ver mais
ZOE Cuidados Especializados Clínicas - Especialidades Médicas Centro . Belo Horizonte (31) 98838-0125 (21) 99979-7077 (12) 98102-9782 Até 10% ver mais
Rating A Consultoria Financeira Seguro de Veículos Santo Agostinho . BH (31) 99852-3212 www.ratinga.com.br 15% a 40% ver mais
Heloisa Helena Nutrição Centro . BH (31) 3213 5247 Gratuito para filiados e dependentes ver mais
Top Fale conosco